Entre gente “aspra e dura” – advertências de um missionário no Congo e Angola (1713-1723)

A singularidade do relacionamento entre, por um lado, o reino do Kongo e as regiões mbundu vizinhas e, por outro, a acção evangelizadora levada a cabo pelos missionárioseuropeus desde o final do século XV é, hoje, largamente reconhecida. Com pontos de partida diversos e enquadramentos conceptuais po...

Full description

Saved in:  
Bibliographic Details
Main Author: Almeida, José Carlos (Author)
Format: Electronic Article
Language:Portuguese
Check availability: HBZ Gateway
Fernleihe:Fernleihe für die Fachinformationsdienste
Published: Ediçoes Universitárias Lusófonas [2008]
In: Revista lusófona de ciência das religiões
Year: 2008, Volume: 13/14, Pages: 463-483
Further subjects:B Alteridade
B Angola
B Otherness
B Capucins
B Capuchinhos
B Missions
B Congo
B Missões
Online Access: Volltext (Verlag)

MARC

LEADER 00000caa a22000002 4500
001 1737689472
003 DE-627
005 20240407193422.0
007 cr uuu---uuuuu
008 201103s2008 xx |||||o 00| ||por c
035 |a (DE-627)1737689472 
035 |a (DE-599)KXP1737689472 
040 |a DE-627  |b ger  |c DE-627  |e rda 
041 |a por 
084 |a 0  |2 ssgn 
100 1 |a Almeida, José Carlos  |e VerfasserIn  |4 aut 
245 1 0 |a Entre gente “aspra e dura” – advertências de um missionário no Congo e Angola (1713-1723) 
264 1 |c [2008] 
336 |a Text  |b txt  |2 rdacontent 
337 |a Computermedien  |b c  |2 rdamedia 
338 |a Online-Ressource  |b cr  |2 rdacarrier 
520 |a A singularidade do relacionamento entre, por um lado, o reino do Kongo e as regiões mbundu vizinhas e, por outro, a acção evangelizadora levada a cabo pelos missionárioseuropeus desde o final do século XV é, hoje, largamente reconhecida. Com pontos de partida diversos e enquadramentos conceptuais por vezes distintos, a generalidade dos autores converge na ideia que, ao longo dos séculos, as cosmologias africanas seleccionaram e reinterpretaram símbolos e rituais cristãos sem que a sua solidez e coerência tenham sido abaladas. Contudo, se existe acordo em relação a essa realidade, o mesmo não pode dizer-se relativamente à identificação da natureza e importância dos factores que intervieram nesse processo. Um desses aspectos remete, segundo alguns autores, para a feição tolerante que a acção missionária teria assumido naquelas paragens, permitindo a compatibilização dos preceitos doutrinais cristãos com as práticas culturais daqueles povos. O texto que se segue procura reflectir sobre esta problemática, sugerindo uma outra abordagem aos relatos e demais registos documentais produzidos pelos missionários. Centra-se, em particular, no exame de um conjunto de regras metodológicas para a acção dos missionários no Kongo e em Angola compiladas por Giuseppe Monari, um missionário capuchinho de Modena que chegou a Luanda no início de 1713. A partir desta análise, procura-se sustentar a tese de que a acção missionária em África não pode ser desligada das representação sobre África e os africanos correntes na Europa e do modo como essas imagens evoluem no contexto da experiência vivencial do missionário na realidade africana. Nessa perspectiva, a evangelização dos africanos é pensada, não sobre uma visão tolerante da realidade cultural africana mas, ao invés, a partir de uma imagem que inferioriza os africanos e reduz a sua existência espiritual a um território de ilusão e aparência, dominado pelas forças volúveis do interesse e da paixão. 
520 |a The uniqueness of the relationship between, on the one hand, the Kongo kingdom and the neighbouring mbundu regions and, on the other, the evangelical work carried out by European missionaries since the end of the 15th Century, is today widely recognized. From different points of departure and sometimes differing conceptual frameworks, most authors agree with the notion that, throughout the centuries, African cosmologies have selected and re-interpreted Christian symbols and rituals without affecting their own solidity and coherence. However, the agreement that exists regarding this reality does not extend to the identification of the nature and importance of the factors that played a part in this process. One aspect involves, according to some authors, the tolerant nature which missionary work took on in that part of the world, making the Christian doctrinal precepts compatible with the cultural practices of those peoples. This text seeks to reflect on this issue, suggesting a different approach to the reports and other documental evidence produced by the missionaries. In particular, it focuses on the analysis of a set of methodological rules for missionaries’ activity in the Kongo and Angola, which were drawn up by Giuseppe Monari, a Capuchin missionary from Modena who arrived in Luanda in early 1713. Based on this analysis, the idea defended is that missionary work in Africa cannot be detached from the commonplace representation of Africa and of Africans in Europe and from the way in which these images evolve within the context of the missionary’s experience of life in the African reality. From this point of view, the evangelization of Africans is conceived, not on the basis of a tolerant vision of African cultural reality, but on the contrary, from the premise of an image which inferiorizes Africans and reduces their spiritual existence to a territory of illusion and appearances which is dominated by the voluble forces of interest and passion. 
650 4 |a Alteridade 
650 4 |a Angola 
650 4 |a Capuchinhos 
650 4 |a Capucins 
650 4 |a Kongo 
650 4 |a Missões 
650 4 |a Missions 
650 4 |a Otherness 
773 0 8 |i Enthalten in  |t Revista lusófona de ciência das religiões  |d Lisboa : Ediçoes Universitárias Lusófonas, 2004  |g 13/14(2008), Seite 463-483  |w (DE-627)631328661  |w (DE-600)2564471-3  |w (DE-576)402166388  |7 nnns 
773 1 8 |g volume:13/14  |g year:2008  |g pages:463-483 
856 4 0 |u https://revistas.ulusofona.pt/index.php/cienciareligioes/article/view/3918  |x Verlag 
951 |a AR 
ELC |a 1 
LOK |0 000 xxxxxcx a22 zn 4500 
LOK |0 001 3791776177 
LOK |0 003 DE-627 
LOK |0 004 1737689472 
LOK |0 005 20201103172648 
LOK |0 008 201103||||||||||||||||ger||||||| 
LOK |0 040   |a DE-Tue135  |c DE-627  |d DE-Tue135 
LOK |0 092   |o n 
LOK |0 852   |a DE-Tue135 
LOK |0 852 1  |9 00 
LOK |0 935   |a ixzs  |a ixzo  |a rwrk 
ORI |a TA-MARC-ixtheoa001.raw 
REL |a 1 
STA 0 0 |a Congo 
STB 0 0 |a Congos,Kongos (peuple),Kongos 
STC 0 0 |a Bakongo 
STD 0 0 |a Kongo 
STG 0 0 |a Bakongo 
STH 0 0 |a Конго (народ) 
STI 0 0 |a Μπακόνγκο (εθνοτική ομάδα) 
SUB |a REL 
SYE 0 0 |a Narodnaja Respublika Angola,Volksrepublik Angola,Republica Popular de Angola,People's Republic of Angola,Republic of Angola,Republique Populaire d'Angola,Portugiesisch-Westafrika,República de Angola , Bakongo,Congo,Kakongo,Nkongo,Koongo,Wacongomani,Mwisikngo,Mukongo,Esikongo , Zaïre