As Comunidades: Memória Viva das Democracias

A democracia não se mantém e não se regenera sem um ethos público amplamente partilhado que dá vida a regras e instituições no corpo de uma cultura política, dá coesão social e dá responsabilidade pessoal e coletiva. O ethos público não se mantém e não se regenera fora de tradições culturais, religi...

Description complète

Enregistré dans:  
Détails bibliographiques
Auteur principal: Bartolomei, Teresa (Auteur)
Type de support: Électronique Article
Langue:Portugais
Vérifier la disponibilité: HBZ Gateway
Journals Online & Print:
En cours de chargement...
Fernleihe:Fernleihe für die Fachinformationsdienste
Publié: [2018]
Dans: Rever
Année: 2018, Volume: 18, Numéro: 3, Pages: 9-29
Sujets / Chaînes de mots-clés standardisés:B Démocratie / Éthique politique / Éthique sociale / Religion
RelBib Classification:AD Sociologie des religions
NCC Éthique sociale
NCD Éthique et politique
ZC Politique en général
Sujets non-standardisés:B Inclusion
B Inclusão
B Comunidade
B Antigone
B Memória
B Memory
B Religião
B Religion
B Values
B Antígona
B Pluralism
B Democracia
B Valores
B Democracy
B Pluralismo
B Community
Accès en ligne: Volltext (doi)
Volltext (kostenfrei)
Description
Résumé:A democracia não se mantém e não se regenera sem um ethos público amplamente partilhado que dá vida a regras e instituições no corpo de uma cultura política, dá coesão social e dá responsabilidade pessoal e coletiva. O ethos público não se mantém e não se regenera fora de tradições culturais, religiosas e axiológicas em que se transmitem e se reproduzem códigos simbólicos e identitários eficazes a nível individual e coletivo. As tradições não se mantêm e não se regeneram apenas em termos de processamento individual, precisando de comunidades de práticas, - epistémicas, de valores, de crença - para se instalar socialmente. A tensão entre o pluralismo axiológico e cultural de que as comunidades são portadoras e a convergência num ethos comum, necessária à democracia, é discutida neste artigo à luz da força universalizadora do princípio de inclusão, como critério de legitimação da pertença comunitária, que filtra normativamente critérios axiológicos inerentes às tradições, incompatíveis com a função social de inclusão. Com o princípio de inclusão, como expressão comunitária da noção fundadora da dignidade humana que complementa a sua formulação no plano individual, temos uma categoria básica adicional de articulação da diferença e a necessária interação entre critérios de legitimidade definidos pela comunidade política (as leis) e os critérios de legitimidade definidos pelas comunidades religiosas, epistémicas, valoriais. Na peça de Sófocles, Antígona, encontramos um testemunho tão antigo quão atual do necessário mútuo reconhecimento entre estas duas ordens de legitimidade, cuja contraposição leva à tragédia da pública desordem ética e à crise da democracia
ISSN:1677-1222
Contient:Enthalten in: Rever
Persistent identifiers:DOI: 10.23925/1677-1222.2018vol18i3a2